Também desse modo
se realiza aquele modelo de “Igreja em saída” desejado pelo Papa Francisco e
cuja importância foi recentemente reafirmada pelo presidente da Conferência
Episcopal Colombiana, dom Óscar Urbina Ortega, o qual ressalta que “do ponto de
vista da fé, a trágica e dolorosa crise sanitária nos introduz num novo tempo
de graça, num kairos com múltiplos desafios que devem ser objeto de
discernimento e aos quais devemos responder”
“Pregar através das mídias
sociais é como navegar em mar aberto, porque se encontra todo tipo de pessoa.”
Com estas palavras o sacerdote da Arquidiocese de Ibagué, na Colômbia, padre
Cristian Camilo Cárdenas Aguirre, ressalta – numa nota da Conferência Episcopal
Colombiana – que a Igreja local, durante os meses de contágio do coronavírus,
também reconheceu a importância de intensificar o acompanhamento espiritual da
população através do apoio tecnológico alcançando, via internet, várias
circunscrições eclesiásticas do país, as comunidades forçadas ao isolamento
após as medidas sanitárias adotadas pelo governo.
Desse modo, as redes sociais tornaram-se cada vez mais fundamentais
neste tempo de crise, representando um dos canais de informação mais utilizados
pelos sacerdotes.
Tomar o largo e lançar as redes
“Na igreja se pode pregar, mas sempre às mesmas pessoas, que conhecem o
Evangelho, que são piedosas ou religiosas, ou àqueles que querem começar a
percorrer esse caminho ou já estão acostumados a um certo tipo de diálogo
conosco. Mas quando se ousa pregar através de redes sociais, se alcança ateus,
católicos, protestantes, muçulmanos, etc., qualquer um, seja crente ou não.
Isto é interessante porque você percebe que eles também ouvem, como é evidente
nos comentários que deixam”, explica padre Cárdenas Aguirre.
Um ponto de referência para o sacerdote sempre foi, não apenas nestes
dias de crise, a passagem extraída do Evangelho de Lucas na qual o Senhor
convida a ir ao mar e lançar as redes. Um modo de evangelizar que vem sendo
realizado há cerca de quatro anos, enriquecido a cada semana por uma reflexão
em formato vídeo sobre a Palavra.
“Comecei no Facebook, depois continuei no YouTube e no Instagram”,
explica ele. “Durante esta pandemia, as pessoas tiveram mais tempo para estar
em redes sociais, com a necessidade de mais acompanhamento, o que fez de modo
com que a reflexão se desse todos os dias.”
As redes sociais, púlpito do século
XXI
Até Tik Tok, visto inicialmente com desconfiança, foi usado pelo
sacerdote após ter sido convencido pelos jovens da pastoral da juventude da
arquidiocese: no final houve um boom de contatos que agradavelmente o
surpreendeu, como ele mesmo disse:
“A pandemia nos fez
entender que as redes sociais tinham que ser inundadas pelo Evangelho porque se
a Igreja não o fizer outras pessoas o farão, mas com outros tipos de
conteúdos.”
“Em meio à tragédia, ela foi capaz de se atualizar sobre esse aspecto.
Já é claro que o púlpito do Séc. XXI é constituído pelas redes sociais, e
embora possamos ter um grande público, mas nem sempre muito receptivo, são em
todo caso espaços que ganharemos”, conclui.
Chamado à conversão, novidade
permanente do Evangelho
Também desse modo se realiza aquele modelo de “Igreja em saída” desejado
pelo Papa Francisco e cuja importância foi recentemente reafirmada pelo
arcebispo de Villavicencio e presidente da Conferência Episcopal Colombiana,
dom Óscar Urbina Ortega, o qual ressalta que “do ponto de vista da fé, a
trágica e dolorosa crise sanitária nos introduz num novo tempo de graça,
num kairos com múltiplos desafios que devem ser objeto de
discernimento e aos quais devemos responder, mas que em última instância nos
confrontam com a novidade permanente do Evangelho que é o chamado à conversão”.
Daí, o convite do prelado a realizar projetos e objetivos que sejam
“claros, estimulantes, e que ponham as comunidades locais em movimento, pois
nossa tarefa é tornar possíveis novos inícios de fé, favorecê-los e
acompanhá-los num clima de humildade e espírito de serviço”.
Só assim será
possível, reitera, “alcançar um novo alvorecer, a superação da pobreza, a
reconciliação, a fraternidade e a fé dos povos”, tornando-se verdadeiros
“missionários da esperança” para aqueles que vivem na desolação e na
vulnerabilidade.
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